Os prefeitos de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, e de Várzea Grande, Kalil Baracat, ambos do MDB, reagiram a informação de que o Governo do Estado deve excluir do programa de duplicação da BR-163 o trecho que compreende a Rodovia dos Imigrantes, considerado um dos principais gargalos da via. Para os dois gestores, a decisão pode prejudicar o desenvolvimento econômico das cidades.
O ex-senador Cidinho Santos, novo presidente do Conselho Fiscal e Administrativo da Nova Rota, responsável pela concessão da BR-163 desde a última semana, pontuou que a duplicação da Rodovia dos Imigrantes se torna inviável pelo alto custo com desapropriações. O que está previsto no cronograma para a via é a revitalização, além de obras como viadutos e passagens urbanas. Cidinho não descarta ainda a construção de um anel viário, que sairia do Sinuelo até o Coxipó do Ouro, uma alternativa que passaria por fora da cidade.
Para Kalil Baracat, o Governo de Mato Grosso acertou ao assumir a concessão da BR-163. No entanto, enxerga com preocupação a notícia da não duplicação da Imigrantes. “Preocupa a informação de que não vão duplicar a Imigrantes. Só readeaquar e revitalizar prejudica Várzea Grande. A rodovia é um corredor comercial, 40 mil famílias estão no entorno, precisa ser duplicada, com obras de arquitetura, viadutos, trincheiras. Muita gente já morreu nessa rodovia, meu pai morreu lá há 11 anos. Precisa de infraestrutura adequada”, ponderou.
O prefeito ainda salientou que vai até o governador discutir o assunto. Para isso, vai reunir classe política e empresarial a fim de sensibilizar a Nova Rota para a duplicação da via. “Vamos discutir esse assunto. Acho sensível essa causa, vamos convencê-lo a duplicar essa avenida”, disse Baracat.
Assim como o correligionário, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, não acha sensato excluir a Rodovia dos Imigrantes do programa de duplicação previsto para a BR-163. “Qualquer desenvolvimento econômico e social no nosso estado passa pela pujança da maior e mais importante, mais populosa região de Mato Grosso, que é a baixada cuiabana, passa pela duplicação da Imigrantes. Essa rodovia foi um marco na história do desenvolvimento econômico de Cuiabá, Várzea Grande, da Baixada no estado e ignorá-la neste momento é não só uma injustiça à nossa região da baixada cuiabana como é uma possibilidade real de travar o desenvolvimento econômico de Cuiabá, de Várzea Grande, consequentemente de toda a região e de todo estado.
Emanuel Pinheiro afirmou que vai em busca de informações e incumbiu o secretário municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento, Francisco Vuolo, para isso. Ele deve procurar Cidinho Santos para se inteirar o projeto. “Queremos uma posição a respeito disso e teremos uma atitude em defesa de Cuiabá e de Várzea Grande. Essa informação servirá também para que [o deputado federal] Emanuelzinho possa agir em Brasília. Mas primeiro vamos para o diálogo”, salientou.
Sobre a proposta de fazer um anel viário, que sairia do Sinuelo até o Coxipó do Ouro, Pinheiro ponderou que a região já receberá dois grandes anéis viários, sendo eles o Rodoanel e o Contorno Leste. “Com esses dois grandes anéis, esse terceiro viria sem razão de ser. É mais fácil promover as condições estruturantes para fortalecer a região. Isso merece diálogo maior e conhecimento dos estudos. Discuta com Cuiabá, Várzea Grande, com os prefeitos de toda região, setores organizados. Queremos discutir como isso impacta a economia da nossa região, o emprego, a renda. Antes de brigar, vamos para o diálogo para conhecer realmente a proposta do governo com relação à Imigrantes”, disse.