NOTICIÁRIO Sábado, 21 de Janeiro de 2023, 13:28 - A | A

Sábado, 21 de Janeiro de 2023, 13h:28 - A | A

APÓS PROIBIÇÃO

Prefeitura libera música ao vivo no entorno da praça de Chapada

Michely Figueiredo
Da Redação

Os estabelecimentos no entorno da praça Dom Wunibaldo foram liberados para oferecer música ao vivo aos seus clientes neste final de semana. Na sexta-feira, os proprietários de bares e restaurantes situados na localidade foram notificados de que poderiam retomar a prática, proibida há uma semana em cumprimento a uma decisão judicial, provocada pelo Ministério Público Estadual e que causou revolta não só por parte dos empresários, como também de artistas e turistas. A notificação foi assinada pela procuradora geral do município, Rosane Costa Itacaramby. 

Uma articulação feita pela Associação de Bares e Restaurantes de Mato Grosso (Abrasel-MT) culminou na liberação da atividade. Na última segunda-feira (16), a presidente da Abrasel MT, Lorenna Bezerra, havia se reunido com empresários, prefeitura e Ministério Público, no intuito de encontrar uma solução para a proibição de apresentações com música ao vivo no local. Ofertar a música foi a forma encontrada para manter o movimento, que caiu consideravelmente desde que a praça foi fechada para reforma, em setembro do ano passado. 

Embora o som tenha sido liberado, a medida ainda não é definitiva. Uma nova reunião será realizada nesta segunda-feira (23) entre empresários, prefeitura e Ministério Público em busca de um novo acordo, que não prejudique nem a atividade comercial, nem as atividades do Santuário de Sant’Anna, nem o trânsito e as pessoas que moram ali. 

Um dos estabelecimentos atingidos pela decisão foi o Santos Bar, da empresária Flávia Cintra. Ela conta que viu o movimento cair 90% sem a música ao vivo. No sábado passado, no segundo dia da proibição, fechou as portas às 21:30 por não haver movimento. Já a choperia Bate Papo, vizinha ao Santos, encerrou as atividades às 16 horas por falta de público. 

“A gente está pedindo muita urgência, não dá pra ficar desse jeito esperando mudar. A gente está em caso de UTI, uma semana parada pra nós representa 15 dias, porque leva a outra semana para recuperar e a gente vive por semana”, explicou Flávia. 

A empresária ainda reforça que as contas são pagas toda segunda-feira, aproveitando o movimento financeiro obtido durante o final de semana. Como o movimento foi fraco sem a música ao vivo na última semana, não conseguiu quitar todos os boletos e nem mesmo fazer pedido de novas bebidas. Flávia hoje emprega cinco pessoas. Antes da praça fechar para reforma, eram nove trabalhadores.  

Flávia afirmou ao Nossa República que a prefeitura não determinou regras para o funcionamento deste final de semana, mas os empresários utilizarão a música ao vivo em volume mais baixo que o usual. Houve também adequação sobre a utilização do passeio público para a disposição de mesas e cadeiras. 

Em reunião com o promotor Leandro Volochko, a orientação dada foi para que um ofício fosse encaminhado pelos principais atingidos solicitando a realização de uma audiência pública para solicitar a modificação do Código de Postura do município e de várias legislações aprovadas posteriormente que tratam sobre os ruídos na cidade. O Código de Postura é do ano de 2010. 

Proibição

A proibição do som ao vivo atende a uma decisão judicial que acatou um pedido do Ministério Público Estadual (MPE), em uma ação civil pública proposta em 2011, que teve como foco impor ao município a obrigação de fiscalizar e coibir as atividades que produzam ruídos sonoros acima dos níveis permitidos pela legislação vigente, o funcionamento de estabelecimentos comerciais sem alvarás e/ou em funcionamento em horários irregulares e a ocupação indevida de ruas e praças.

Um acordo entre Ministério Público e prefeitura foi homologado em 2020. No entanto, não houve o cumprimento do acordado. Desta forma, o Ministério Público ingressou com um pedido de cumprimento da sentença por obrigação de fazer, que foi julgado em setembro do ano passado e, agora, a Prefeitura precisou cumprir a decisão.

O que deveria ser apenas a fiscalização do som ao vivo, no acordo, se transformou em proibição do som ao vivo. A legalidade deste tipo de medida foi questionada pela vereadora Fabiana Advogada (PTB). 

“A decisão tomada pelo município no sentido de proibir o som ao vivo dos estabelecimentos que circundam a praça municipal é totalmente incoerente. O acordo foi abusivo e fora dos limites da ação, já que traz prejuízos gigantescos para o comércio local, uma vez que o som ao vivo é uma das principais atrações no entorno da praça. Uma coisa é a existência de poluição sonora, com ruídos acima do que a lei permite e que sim, precisa ser fiscalizado. Outra coisa é proibir integralmente o som, sem qualquer respaldo legal”, asseverou. 

Flávia Cintra afirmou que a prefeitura alegava não ter os equipamentos que pudessem medir os decibéis. Quando os empresários se propuseram a doar os equipamentos, o discurso mudou. O Poder Executivo informou que dispunha dos aparelhos e que careciam apenas de calibragem. 



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