Uma nova sobretaxa de 50% implementada pelo governo dos Estados Unidos não afetará 44,6% do valor total das exportações brasileiras para aquele país, de acordo com informações do jornalista Wellton Máximo, publicadas pela Agência Brasil. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), com base em um levantamento sobre o impacto de uma lista de exceções.
A isenção se aplica a uma lista de aproximadamente 700 itens que foram excluídos da nova taxação. Entre os produtos que não sofrerão o aumento estão aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro.
Esses produtos continuarão sujeitos à tarifa anterior, que foi definida em abril e pode chegar a até 10%. Com base nos dados de exportação de 2024, esses itens representam um montante de US$ 18 bilhões em vendas para o mercado norte-americano.
De acordo com os cálculos do ministério, a nova medida incidirá sobre 35,9% das vendas brasileiras para os Estados Unidos. Este percentual corresponde a um valor de US$ 14,5 bilhões, considerando os dados do ano corrente.
O levantamento aponta ainda que 19,5% das exportações brasileiras já estavam submetidas a tarifas específicas, aplicadas com base em argumentos de segurança nacional pelo governo norte-americano antes do anúncio mais recente.
Neste grupo, que totaliza US$ 7,9 bilhões em vendas anuais, estão produtos como aço, alumínio e cobre, que pagam uma alíquota de 50% desde março, e o setor de autopeças e automóveis, taxado em 25% desde maio.
Com isso, o Mdic estima que 64,1% das exportações do Brasil para os Estados Unidos, somando os itens da lista de exceções com aqueles sujeitos a tarifas já existentes, seguem em condições de concorrência semelhantes às de outros países.
A Secretaria de Comércio Exterior do Mdic ressaltou que o levantamento é preliminar e foi elaborado com base nos valores exportados pelo Brasil para os Estados Unidos no ano de 2024, que somaram um total de US$ 40,4 bilhões.
O governo brasileiro ainda aguarda esclarecimentos por parte das autoridades norte-americanas sobre se algumas especificações de produtos estão de fato contempladas pela lista de isenção.
A pasta também informou que as mercadorias que já estavam em trânsito para os Estados Unidos no momento do anúncio não serão afetadas pela sobretaxa.
A decisão determina que produtos embarcados no Brasil em até sete dias após a publicação da ordem executiva não sofrerão a elevação da tarifa, desde que observadas as condições previstas no documento.
O Mdic divulgou uma tabela do efeito do tarifaço e da lista de exceções sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos: Com base nos valores vendidos em 2024:
Exportação brasileira aos EUA em 2024:
Categoria | Valor (US$ bilhões) | Participação (%) |
Produtos sujeitos à ordem executiva de 30/07 (tarifa adicional de 10% + 40%) | 14,5 | 35,9% |
Produtos na lista de exceções (tarifa adicional de até 10%) | 18 | 44,6% |
Produtos sujeitos a tarifas específicas, aplicadas a todos os países | 7,9 | 19,5% |
Total | 40,4 | 100% |
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior / Mdic