Por 13 votos favoráveis e 5 contrários, a Câmara de Cuiabá decidiu pela cassação de Marcos Paccola (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar. No processo de votação ainda foram registradas quatro ausências e três abstenções. A vereadora Edna Sampaio (PT) foi quem propôs a representação contra Paccola, depois que o parlamentar se tornou réu pelo homicídio do policial penal Alexandre Miyagawa. O crime foi registrado no dia 1º de julho, no Bairro Quilombo, na capital.
O caso tramitava na Câmara de Cuiabá desde o dia 5 de julho, originando o processo 11.261/2022. Com a cassação de Paccola, a vaga no Legislativo Cuiabano deve ser ocupada pelo suplente Felipe Correa (Cidadania). O vereador cassado afirmou que vai recorrer da decisão no judiciário.
O processo de cassação ficou sob a relatoria do vereador Kassio Coelho (Patriota) na Comissão de Ética. A galeria da Câmara Municipal estava lotada e os presentes se manifestavam em vários momentos, sendo necessário o presidente Juca do Guaraná Filho (MDB) pedir silêncio para que houvesse continuidade na apreciação do caso.
A defesa de Paccola pediu arquivamento do processo, uma vez que o caso não foi transitado em julgado na esfera judicial. Argumentou que se porventura fosse inocentado e já tivesse perdido o mandato, seria impossível reparar o dano por ele sofrido. No entanto, a maioria absoluta da Câmara decidiu pela cassação. Os 13 votos são os exigidos pelo regimento interno para que um vereador perca do mandato.
Foram favoráveis à cassação Adevair Cabral, Wilson Kero Kero, Sargento Vidal, Rodrigo Arruda e Sá, Ricardo Saad, Edna Sampaio, Lilo Pinheiro, Kássio Coelho, Mario Nadaf, Juca do Guaraná Filho, Marcos Brito, Licinho Júnior (suplente) e Chico 2000. Os parlamentares contrários à cassação foram o próprio Pacolla, Paulo Peixe, Renato Motta (ambos suplentes), Demilson Nogueira e Sargento Joelson. Decidiram se abster da votação Michelly Alencar, Felipe Correa (suplente) e Luiz Fernando.
Em sua defesa, Paccola voltou a dizer que agiu primando pela sua vida, uma vez que, segundo ele, o policial penal também estava armado e poderia ter atirado. A família de Alexandre Miyagawa estava presente e pediu justiça em relação ao caso.
A sessão, realizada nesta quarta-feira (5), durou quase 5 horas.
O destino de Paccola seria decidido em sessão extraordinária que havia sido convocada para 28 de setembro. No entanto, como o parlamentar não foi notificado da sessão com 48 horas de antecedência, o encontro foi suspenso. Desta maneira, o caso voltou ao plenário uma semana depois.