O escritório de associações do agronegócio foi invadido e pichado na manhã desta quinta-feira (14) em Brasília. O prédio, que abriga a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Brasil), a Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) e Abrass (Associação Brasileira dos Podutores de Sementes de Soja), além da filial do canal rural, foi pichado com frases como "Fora Bolsonaro", "Soja não enche prato" e "soja é morte".
As pichações estão dentro e fora do prédio. As Organizações da Via Campesina Brasil assumiram a autoria da ação, afirmando que ocorreram protestos em "cinco regiões do país em denúncia ao atual contexto do aumento da fome no Brasil, que faz parte da estratégia política do governo Bolsonaro".
Ainda segundo a via campesina, a ocupação faz parte da "Jornada Nacional da Soberania Alimentar: Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome".
"A ação, que contou com a participação de cerca de 200 camponeses e camponesas, denunciou o protagonismo que o agronegócio cumpre no crescimento da fome, da miséria e no aumento do preço dos alimentos no Brasil. Neste ano, o Agronegócio, com a produção de soja, milho e cana-de-açúcar, principalmente, está batendo recordes de exportações e lucro", diz documento divulgado pela Via Campesina.
Presidente da Aprosoja Brasil, o produtor Antônio Galvan chamou o protesto de vandalismo e informou que a polícia já esteve no esritório para identificar os responsáveis. Em setembro o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o bloqueio de contas da entidade, sob suspeita de financiamento de atos antidemocráticos.
Galvan nega que a associação tenha financiado manifestações contra o Supremo. "Os produtores rurais têm apoiado atos pró-Brasil. Quem é contra o Brasil faz esse serviço, que é essa ato".
O presidente da Aprosoja de Minas, Fábio Salles Meirelles Filho, registrou imagens da sede da associação. No vídeo, o produtor rural diz que a indignação é grande e lamenta não poder estar armado.