OPINIÃO Domingo, 22 de Novembro de 2020, 11:29 - A | A

Domingo, 22 de Novembro de 2020, 11h:29 - A | A

JOÃO EDISOM

O que falaram as urnas

João Edisom de Souza

Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1990), especialização em Psicologia Educacional pela Universidade Federal de Mato Grosso (1993) e mestrado em Educação pela Universidade de Cuiabá (2004). Atualmente é professor da Uniasselvi no seguinte tema: direito, filosofia e psicologia jurídica.

Passados dois anos das eleições de 2018 e oito meses mergulhados em uma pandemia, o que mudou na cabeça dos brasileiros tendo em vista os resultados das eleições de 2020? É possível visualizar rumos do pensamento político das classes sociais?

Primeiro a questão é: não podemos tratar os resultados de um único pleito eleitoral como aprendizado ou aperfeiçoamento prematuramente sem ver a sequência das concepções por ora tomadas.

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Segundo: a pandemia não fez as pessoas mudarem para dentro de si. Apenas foram forçadas a terem atitudes diferentes em público devido às novas regras sanitárias. E, mesmo assim, nem todas cumprem.

Terceiro: os disparates cometidos pela política, tanto do ponto de vista da corrupção (lava jato, lulismo) quanto da radicalização (bolsonarismo), não tornou nenhum brasileiro mais ou menos consciente. O que temos são as pessoas tendo a coragem de revelar aquilo que elas já eram e estavam incubadas. Poderíamos dizer que politicamente temos uma multidão saindo do armário.

Destes três pontos constituídos podemos dizer que há, sim, uma exaustão política que refletiu muito nas urnas na eleição de 2020 e ainda irá reverberar no segundo turno.

Eleição, democracia em crise?

Lembrando que tanto o ético quanto o imoral tem as mesmas sensações emocionais, sejam de euforia, depressão e exaustão.

O eleitor, por sua vez, votou exausto do que está vendo e sentindo. Por isso optou em votar no avesso do mesmo velho projeto. Ou seja, optou pela mesma camisa, apenas usou pelo avesso para chamá-la de nova (política).

Conferindo os eleitos em 2020, ou os que estão no segundo turno destas eleições, principalmente prefeitos, mas sem deixar de lado os vereadores, observamos que com raríssimas exceções optaram por nomes novos sem nada de novo dentro de seus programas eleitorais. E o pior: sem nada de novo dentro da cabeça.

Mas no feminino cresceu o número de mulheres eleitas, né? Sim. Só que nas correntes de esquerda. São as mesmas militantes dos idos dos anos 90 do século passado e, dentre as do centro e da direta, entraram as filhas ou mulheres dos velhos caciques, principalmente ex-prefeitos.

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Afinal, se o Brasil e os brasileiros continuam os mesmos, não podemos pedir eleitores e candidatos diferentes, né? Então, o que renovou? Renovou a angústia e as reclamações contra os políticos, com novos nomes ou mesmo com velhos e conhecidos sobrenomes!

A sempre doce esperança adiamos para 2022. Afinal, o Brasil é um país novo. Tão novo quanto o Canadá e os EUA. As diferenças entre estes? Bem, as diferenças são nossas escolhas. Não na hora de votar, mas são diferenças culturais, de atitude e foco! Afinal, a regra é simples: mudar a sociedade muda também os políticos.



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