O trânsito de veículos com até 48 toneladas de Peso Bruto Total (PBT) está liberado na rodovia MT-246 e em trechos específicos da MT-251. A liberação foi oficializada por meio de portarias da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), publicadas nesta segunda-feira (7) no Diário Oficial do Estado. A medida atende parcialmente pedido feito pelo prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (União). Ele encaminhou ofício ao presidente da Assembleia Legislativa pedindo auxílio na articulação da liberação de carga junto ao Governo de Mato Grosso.
A medida regulamenta o tráfego nas vias que servem como rota alternativa entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, diante das restrições impostas por questões de segurança no trecho do Portão do Inferno, na MT-251.
Trechos com liberação de 48 toneladas
A MT-246 está totalmente liberada para circulação de veículos com até 48 toneladas de PBT. No entanto, caminhões com peso acima desse limite seguem proibidos, em qualquer horário ou dia da semana.
Na MT-251, a liberação para veículos de até 48 toneladas é válida apenas em dois trechos:
Entre o km 69, no Mirante do Centro Geodésico, e o perímetro urbano de Chapada dos Guimarães;
Entre o perímetro urbano da cidade e o entroncamento com a MT-020, que dá acesso ao Distrito da Água Fria.
Restrições continuam em parte da MT-251
Nos demais trechos da MT-251, as restrições por peso seguem válidas:
Entre a rotatória da MT-020 e a região do Buriti: permitida a circulação de veículos com até 29 toneladas de PBT;
Entre o Buriti e o Complexo Turístico da Salgadeira (Portão do Inferno): permitida apenas para veículos de até 3,85 toneladas de PBT.
Tráfego condicionado a chuvas
A portaria também prevê que, em caso de chuvas, o trânsito de veículos de carga nas áreas liberadas poderá ser interrompido temporariamente, conforme avaliação técnica das equipes da Sinfra-MT, devido ao andamento das obras na região.
Atualmente a construtora responsável pela pavimentação da MT-246 executou apenas 61,27% do contratado. A obra teve início em dezembro de 2023. Tinha prazo previsto de 540 dias para a conclusão, ou seja, um ano e meio. No entanto, houve um aditivo de prazo para o término do asfaltamento, chegando a 750 dias, o que termina no neste segundo semestre de 2025.
O valor inicial para executar o asfaltamento de 33 km era de R$ 41.297.200,00. No entanto, houve reajuste do contrato, além de um aditivo de valor. Agora a obra está orçada em R$ 48.594.317,58. Já foram pagos à Fratello Construtora, responsável pela pavimentação, R$ 26.717.148,87.
A liberação parcial visa garantir o abastecimento e a mobilidade com segurança, diante das limitações impostas pelas condições geológicas e estruturais do Portão do Inferno.
Pedido do prefeito
Froner pedia a autorização para que veículos com peso total de 9 toneladas pudessem circular nos dois sentidos, "levando em consideração apontamentos de relatório técnico emitido pela Uniselva de conhecimento do governo". Ainda na MT-251, Froner quer a autorização para que veículos de 48 toneladas possam transitar no trecho Chapada - Mirante - Campo Verde para que o escoamento da produção agrícola do município pudesse ocorrer. Há restrição de carga até 14 toneladas no trecho.
O gestor também queria que veículos com peso total de 48 toneladas tivessem o aval do Executivo estadual para circular na MT-246 (Água Fria - Manso), medida atendida pela Sinfra. Essa liberação, segundo o prefeito, permitirá que, durante a estiagem, seja feito o abastecimento de insumos agrícolas como calcário e outras cargas necessárias à população, impactando na redução dos custos de frete. Via alternativa não é totalmente pavimentada, por isso, seu uso se torna mais viável quando as chuvas cessam.
Falha reconhecida
Osmar Froner apelou para a liberação da carga depois que o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) reconheceu falha na escolha pelo retaludamento do Portão do Inferno. Apesar de estudo técnico feito por especialistas da UFMT apontarem que essa não era a opção mais viável, o governo desconsiderou os apontamentos e deu continuidade no processo de corte do morro. Passado quase um ano do início da obra, com cerca de R$ 10 milhões gastos, o governo reconheceu que não era possível realizar o retaludamento. Que uma inconsistência nos estudos iniciais havia sido verificada. Deste modo, desistiu do retaludamento e anunciou a construção de um túnel para solucionar o impasse no Portão do Inferno.
Diante deste entendimento, o prefeito resolveu pedir reconsideração também para o volume de carga possível de tráfego pela MT-251. No entanto, esse pedido não foi atendido pela Secretaria.