A decisão da Câmara dos Deputados de, por meio de uma articulação liderada por PP, União Brasil e PL, retirar de pauta e, consequentemente, fazer caducar a Medida Provisória 1303/2025, não pode ser vista como um ato legítimo do jogo político. Foi, na essência, um ato de sabotagem. Um movimento deliberado e antipatriótico que, visando unicamente desgastar o governo para colher frutos eleitorais em 2026, optou por criar um rombo de R$ 17 bilhões no orçamento da União. Ao priorizarem o cálculo eleitoral em detrimento da estabilidade fiscal, esses partidos de oposição se comportam, mais uma vez, como verdadeiros inimigos do povo brasileiro. Não há outra forma de descrever a atitude de quem conscientemente trabalha contra o equilíbrio financeiro do próprio país.
É preciso desmistificar o que estava em jogo. A MP não propunha um aumento de impostos sobre o trabalhador ou sobre o consumo, que já sufocam a maior parte da população. Pelo contrário, buscava uma justiça fiscal mínima ao taxar duas fontes de receita que hoje gozam de privilégios: os rendimentos de aplicações financeiras como LCI e LCA, majoritariamente concentradas nas mãos dos mais ricos, e o bilionário e recém-regulado mercado de apostas esportivas. Era uma medida para que setores altamente lucrativos passassem a contribuir de forma mais justa com o financiamento do Estado. Ao barrar essa iniciativa, a oposição não defendeu o cidadão comum; ela atuou como protetora de uma elite financeira e de um setor empresarial que lucra abundantemente em um ambiente de baixa tributação.
A motivação por trás dessa manobra é transparente e das mais mesquinhas. Não se trata de uma divergência sobre política econômica, mas de um projeto de poder que aposta no caos. O objetivo é claro: minar as fontes de arrecadação do governo, forçar cortes orçamentários, gerar instabilidade econômica e, a partir daí, construir uma narrativa de incompetência para pavimentar o caminho da oposição rumo às eleições de 2026. É a política do "quanto pior, melhor" em sua forma mais destrutiva, onde o bem-estar da nação é feito refém de uma ambição partidária desmedida. O relator da proposta, Carlos Zarattini (PT-SP), deixou claro que o texto foi amplamente negociado e que diversas concessões foram feitas, mas nem isso foi suficiente. O objetivo nunca foi o diálogo, mas a derrota.
As consequências dessa atitude irresponsável serão sentidas por todos. A perda de R$ 17 bilhões dificulta enormemente o cumprimento da meta de superávit e obriga o governo a realizar novos e dolorosos bloqueios de despesas. Isso significa menos dinheiro para a saúde, para a educação, para a infraestrutura e, ironicamente, até mesmo para as emendas parlamentares que tanto interessam aos deputados. A oposição, em sua ânsia de prejudicar o Executivo, atira no próprio pé e, no processo, atinge em cheio a população brasileira, que depende dos serviços públicos que agora serão precarizados. É a antítese do patriotismo; é agir deliberadamente contra os interesses do Brasil e de seu povo. Ao escolherem o caos fiscal como ferramenta política, esses partidos se revelam não como uma alternativa de poder, mas como um obstáculo ao desenvolvimento nacional.