CONTEMPORANEIDADES Sexta-feira, 04 de Setembro de 2020, 04:30 - A | A

Sexta-feira, 04 de Setembro de 2020, 04h:30 - A | A

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO

Alfabetização Emocional do Adolescente como ferramenta

Gina Coelho

Uma mulher dedicada a Psicologia e a Educação Parental , apaixonada por famílias e empoderar pessoas. @psicologaginacoelho

No livro: “Disciplina Positiva para Adolescentes” Jane Nelse e Lynn Lott afirmam: “Infelizmente os adolescentes podem ser muito intensos e dramáticos, eles podem escolher uma 'solução permanente para um problema temporário'”.

Encontre oportunidades para discutir esse tema com seus filhos antes mesmo de eles se tornarem adolescentes. Pergunte a eles o que acham que significa "tô cansado de viver, " faço tudo errado, vocês não gostam de mim", "vou deixar vocês em paz ja já".

Pergunte a eles que outras soluções uma pessoa desencorajada poderia escolher. Se os jovens tiverem a chance de pensar em outras possibilidades, antes que o suicídio se torne uma alternativa, é mais provável que eles saibam como procurar ajuda até que esse momento de desencorajamento passe, sugestões do Grupo Amar e Acolher.

Precisam de uma ESCUTA ATIVA, seja essa escuta para o seu filho.

Uma das fases mais difíceis na vida do ser humano consiste em deixar o período da infância para se transformar em um adulto, enfrentando mudanças físicas, psicológicas e sociais. Conforme a Organização Mundial de Saúde, a adolescência começa aos 10 e termina aos 20 anos. Como passar por tudo isso com mais leveza?

A Alfabetização Emocional, gosto de chamar assim, que é a Educação Socioemocional , traz ferramentas que podem ajudar muito no processo de construção de autonomia, inteligência emocional e autoconfiança de crianças e jovens. O mais interessante: sem o uso de violência, ou seja, sem a necessidade de bater, xingar ou castigar.

Leia mais: Por que é importante ensinar as crianças sobre as emoções?

Você deve estar se perguntando de que maneira isso é feito, afinal, já tentou de tudo sem sucesso e continua perdido. Primeiramente, entenda que preguiça, desânimo, angústia, falta de vontade de fazer tarefas simples e introspecção são comportamentos comuns na adolescência. E impor regras rígidas não resolve.

O castigo não funciona porque coloca o jovem em posição de vítima, o que não contribui para o desenvolvimento da autodisciplina. Então, o objetivo da abordagem é justamente oferecer independência ao jovem, de modo a fazê-lo se sentir estimulado a assumir a responsabilidade por si mesmo e por sua vida.

Experimentar as consequências das próprias escolhas é o primeiro passo para o amadurecimento pessoal, mas é fundamental um ambiente seguro onde o adolescente possa se sentir à vontade para errar. Isso mesmo, erros são oportunidades para fortalecer valores e exercitar habilidades internas na resolução de problemas.

Qual tipo de educação você desenvolveu até hoje? Se usou mais de pulso firme e excesso de controle, é importante agora dar mais espaço e liberdade. Confie, seu filho poderá surpreendê-lo! Agora, se protegeu e cuidou demais, ele provavelmente terá mais resistência em assumir responsabilidades, porque se acostumou com você fazendo tudo.

Em meio às crises que surgirem, é importante manter a tranquilidade e exercer uma escuta ativa, ouvindo a opinião do seu filho sem sermão, com respeito e carinho (respire fundo!). Ao invés de impor sua idéia , converse com ele sobre a lista de tarefas para a semana e estabeleça prazos. Deixe claro quais as consequências caso não cumpra o combinado.

Sempre ensino para as famílias que cabe aos pais servirem de modelo para os filhos. Portanto, tenha uma postura calma, racional e consistente em vez de ser extremamente rígido e crítico. Observe-se e mude você primeiro. Também vale a pena descobrir os interesses e as habilidades para apoiar o jovem em atividades extracurriculares, que é algo que alivia a tensão e gera bem-estar.

Outra dica importante é aceitar os filhos como são, sem impor expectativas irreais ou sem projetar neles um sonho que é seu. Papel de pai e mãe não vem com manual de instrução, por outro lado, é possível treinar respostas assertivas sem humilhar, criticar ou culpar. Lembre-se que errar faz parte do aprendizado.

Um dos grandes desafios é fazer com que os pais consigam acertar na dose de firmeza e de generosidade. Por isso, estimule seu filho a pensar sobre as próprias atitudes e as situações cotidianas fazendo perguntas e ajudando-o a participar da resolução de problemas do dia a dia.

Leia mais: Você sabia que a punição deixa o seu filho vulnerável ao abuso sexual?

Vamos usar como exemplo fazer algo como assistir televisão até tarde, será que este ato tem consequências? Quais são? É importante crianças e jovens desenvolverem pensamento crítico sobre si mesmos e tudo que está à volta. Você também pode incentivá-los a se comunicar verbalmente e a expressar suas emoções.

Longe de buscar fórmulas mágicas para os desafios é importante que a família adote uma postura que contribua para a construção de uma sociedade mais saudável e amorosa. Portanto, vale a pena experimentar uma nova forma de educar.

Setembro Amarelo - 10/09 Dia Mundial de Combate ao Suicídio.

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