#PAPO COM ELA Segunda-feira, 21 de Novembro de 2022, 19:19 - A | A

Segunda-feira, 21 de Novembro de 2022, 19h:19 - A | A

EXTREMA DIREITA

Não aceitar resultado das urnas é uma característica neofacista, aponta pesquisador

Michely Figueiredo
Da Editoria

O Brasil vive uma onda neofacista, que do ponto de vista institucional, foi barrada com a vitória em segundo turno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A afirmação é do doutor em História Contemporânea, professor da UFMT, Rodrigo Almeida, entrevistado do Papo com Ela no último dia 13 de novembro. 

O pesquisador aponta que várias características denunciam a ascensão do neofascismo. Entre elas o ataque sistemático às instituições. Não há um desmonte, mas adota-se um comportamento que visa enfraquecer os demais poderes. Esse comportamento pode ser verificado tanto no Brasil, com o governo de Jair Bolsonaro, como nos Estados Unidos, na gestão de Donald Trump.

“Do Trump, do Jair Messias Bolsonaro são governos neofascistas justamente porque eles atacam as instituições do estado democrático de direito, mas dentro do estado democrático de direito. O Nazismo e o Fascismo eles destruíram o estado democrático de direito. Então, essa é a grande peculiaridade”, explica o professor. 

Outra característica é não aceitar o resultado das eleições. Foi assim com a invasão do Capitólio, quando da derrota de Trump. E está sendo assim no Brasil, com estradas fechadas, pedido de intervenção militar e agora atos de vandalismo, com caminhões sendo incendiados. 

“São claramente atitudes fascistas. Impedem o direito do cidadão de ir e vir, não aceita o resultado democrático das urnas. Quer dizer, se aceitou no primeiro momento quando o presidente Jair Bolsonaro foi eleito e agora no segundo momento não aceita. Qual seria o critério? O critério é claro, infelizmente. A gente vai ter que lidar com isso, vai ter que encontrar formas para resistir, para combater uma série de comportamentos, de atitudes, de pensamentos neofascistas de extrema direita”, ponderou. 

O professor ainda destaca que é importante salientar que o fascismo ou neofascismo é um movimento considerado de extrema direita e não de direita. Rodrigo acentua que essa emergência ocorreu em virtude da crise econômica de 2008, sentida primeiramente nos Estados Unidos. Os impactos desse momento desaguaram no Brasil em 2013. Logo, ele considera que o neofascismo não é limitado e pode ganhar força num novo cenário de crise. 

Embora a eleição de Lula tenha barrado o avanço do neofascismo do ponto de vista institucional, uma vez que o resultado das urnas foi referendado, as ideias não morrem e podem ressurgir sustentadas pela classe média. 

Assista à entrevista na íntegra: 

 



Comente esta notícia

Nossa República é editado pela Newspaper Reporter Comunicação Eireli Ltda, com sede fiscal
na Av. F, 344, Sala 301, Jardim Aclimação, Cuiabá. Distribuição de Conteúdo: Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Nova Brasilândia e Primavera do Leste, CEP 78050-242

Redação: Avenida Rio da Casca, 525, Bom Clima, Chapada dos Guimarães (MT) Comercial: Av. Historiador Rubens de Mendonça, nº 2000, 12º andar, sala 1206, Centro Empresarial Cuiabá

[email protected]/[email protected]

icon-facebook-red.png icon-youtube-red.png icon-instagram-red.png icon-twitter-white.png