A cantora Gal Costa, de 77 anos, faleceu na manhã desta quarta-feira (9), em sua casa, em São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista. O óbito teria sido causado por um infarto, conforme noticiou o portal UOL.
No último final de semana Gal estava com um show marcado na cidade de São Paulo, no evento Primavera Sound, mas o espetáculo não ocorreu. A apresentação foi cancelada para que Gal fosse submetida a um procedimento para retirada de um nódulo na fossa nasal.
Nascida em Salvador, no dia 26 de setembro de 1945, Maria das Graças Pensa Burgos, estreou em 1964 ao lado de Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil. Os quatro formaram a banda Doces Bárbaros na década de 70, o que foi considerado um marco na sua carreira.
No final da década de 70, Gal se distancia do rock e se consagra na MPB, com o álbum Gal Tropical.
Com 31 albúns, o último entregue por Gal foi "Nenhuma Dor", lançado em 12 de fevereiro de 2021.
A cantora era discreta quanto a sua vida pessoal. Durante sua vida manteve relacionamentos estáveis, mas nunca foi oficialmente casada. De 1991 a 1992 viveu junto com o empresário Marco Pereira. Gal Costa era assumidamente bissexual, e ao longo dos anos ficaram conhecidos seus relacionamentos afetivos com mulheres anônimas e famosas, dentre elas a cantora Marina Lima e a atriz Lúcia Veríssimo.
Em entrevistas revelou nunca ter conseguido engravidar devido a obstrução nas trompas, doença que surgiu ainda na adolescência, e que tentou o processo de fertilização, mas não obteve êxito. Seguindo os conselhos de sua mãe, decidiu entrar na fila de adoção, mas só quando tivesse emocionalmente certa deste passo. Em 2007, conseguiu adotar um menino de dois anos de idade, que sofria de raquitismo devido às condições de miserabilidade extrema na qual vivia em uma favela carioca antes de ir para o abrigo. Ela o batizou como Gabriel. Em entrevistas, informou que o processo de adoção foi rápido, pois a criança não contemplava as características físicas que a maioria dos adotantes procurava.
Vivendo no Rio de Janeiro desde os anos 60, voltou a viver em Salvador nos fim dos anos 80, e em 2012 mudou-se com seu filho para São Paulo, vivendo no Jardins. Revelou para a mídia gostar de viver na Capital Paulista, tendo se adaptado rapidamente a grande metrópole, e que tornou-se um ser humano melhor após a chegada de seu filho. Eventualmente era vista na mídia acompanhada de homens e mulheres anônimos.