NOTICIÁRIO Segunda-feira, 13 de Outubro de 2025, 21:34 - A | A

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PAZ NO ORIENTE MÉDIO

Cúpula no Egito formaliza acordo entre Israel e Hamas sem a presença dos envolvidos diretos

Da Redação com agencias internacionais

Lauren Hurley / No 10 Downing Street

Trump no Egito

Sharm El-Sheikh, Egito. 13/10/2025. Sharm El-Sheikh, Egito. O primeiro-ministro Keir Starmer se reúne com líderes mundiais durante a cúpula de paz de Sharm El-Sheikh, no Centro Internacional de Convenções de Sharm El-Sheikh, onde o plano de paz para Gaza foi assinado.

Em uma cúpula internacional realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, nesta segunda-feira (13), líderes de aproximadamente 30 países participaram de uma cerimônia que formalizou um acordo de paz entre Israel e o Hamas. Conforme noticiado por agências de notícias internacionais, o evento foi marcado por uma particularidade notável: a ausência de representantes oficiais tanto de Israel quanto do Hamas na mesa de assinatura.

A reunião foi co-presidida pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, que atuaram como principais articuladores do plano, mediado também com o auxílio do Catar. A iniciativa marca um avanço significativo após um conflito de dois anos na região.

Em seu discurso, Trump classificou o momento como um marco para a estabilidade regional. "Isto é mais do que Gaza — é o início da paz no Oriente Médio", afirmou, garantindo que os Estados Unidos e nações vizinhas colaborarão na reconstrução do território palestino.

O acordo prevê, em sua primeira fase, um cessar-fogo imediato, a libertação de todos os reféns em poder do Hamas e uma retirada parcial das forças israelenses da Faixa de Gaza.

"Israel retirará as tropas para uma linha pactuada como primeiro passo rumo a uma paz sólida, duradoura e eterna", declarou Trump durante a cerimônia, acrescentando que "todos os reféns serão libertados muito em breve".

O Hamas, por meio de um comunicado, confirmou sua adesão ao acordo. O grupo descreveu o plano como um passo para "pôr fim à guerra e garantir a retirada total da ocupação da Faixa de Gaza", agradecendo o empenho dos mediadores e pedindo que as potências garantam o cumprimento integral das disposições.

O presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, anfitrião do evento, ressaltou a importância da iniciativa, afirmando que o plano de Trump para Gaza representa a "última oportunidade para a paz" e destacou a necessidade de cooperação internacional para o sucesso da implementação.

A ausência do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi justificada por fontes do governo israelense pela proximidade de um feriado religioso, motivo pelo qual ele teria declinado do convite para comparecer à cúpula.

Entre os líderes europeus presentes estavam o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.

O plano também estabelece a entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza. A ONU já anunciou a alocação de fundos de emergência, enquanto o UNICEF prepara o envio de milhares de caminhões com suprimentos para a população afetada.

A comunidade internacional recebeu o acordo com otimismo, ainda que cauteloso. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, repercutiu o acordo durante uma coletiva de imprensa em Roma, após participar do Fórum Mundial da Alimentação, da FAO. Com base em declarações publicadas pela Agência Brasil, Lula expressou satisfação com o avanço das negociações.

“Não se vai devolver a vida dos milhões que morreram, mas se devolve, pelo menos, o direito de as pessoas dormirem tranquilas, sem medo de uma bomba, sem medo de um prédio cair. Eu acho que isso é um passo importante, é um dia muito importante para a humanidade. Uma coisa que não deveria ter acontecido, mas aconteceu, que poderia ter sido resolvida mais cedo, mas não foi resolvida. Eu acho que é motivo de alegria saber que o povo palestino e o povo de Israel vão viver em paz agora.”

Questionado sobre a possibilidade de o acordo de paz melhorar as relações entre Brasil e Israel, Lula comentou: “Não, o Brasil não tem problema com Israel. O Brasil tem problema com o Netanyahu. Na hora em que o Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa. O fato de o presidente Trump ter ido a Israel é um sinal muito importante. E, agora, vai ter a reunião no Egito com os países da Europa. Eu acho importante. Eu espero que aqueles que ajudaram Israel na sua posição de virulência, agora, ajudem a ter uma paz definitiva.”

O presidente argentino, Javier Milei, classificou o entendimento como "histórico" e declarou que proporá o nome de Donald Trump ao Prêmio Nobel da Paz.

Especialistas em relações internacionais alertam que desafios significativos ainda precisam ser superados nas próximas fases da negociação, como o desarmamento de grupos armados e a definição da futura governança de Gaza.

A implementação do acordo será monitorada por uma coalizão internacional, que trabalhará para garantir que todas as partes cumpram suas obrigações e que a paz seja mantida a longo prazo.

A libertação dos reféns e prisioneiros é considerada um passo crucial para a construção da confiança mútua, sendo um dos pilares para o avanço das próximas etapas do acordo de paz.

A reconstrução de Gaza demandará um esforço coordenado entre diversas organizações internacionais e o comprometimento de recursos financeiros significativos para reerguer a infraestrutura do território.



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