NOTICIÁRIO Sexta-feira, 10 de Julho de 2020, 10:43 - A | A

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Fila de espera por UTI chega a conter 40 pessoas, diz secretário estadual de Saúde

Michely Figueiredo
Da Editoria

O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, informou que Mato Grosso recebe diariamente 40 pedidos por vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Apesar de ter ampliado a oferta de leitos no Sistema Único de Saúde, o estado não consegue comportar a demanda crescente em virtude da pandemia do novo coronavírus. Segundo Boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde na noite desta quinta-feira (9), existem apenas quatro leitos disponíveis para atender as complicações da Covid-19.

Antes da pandemia, Mato Grosso tinha 77 leitos para atender casos em geral. Em virtude do novo coronavírus, foram abertas 155 UTIs para tratar exclusivamente das complicações da Covid-19, sendo que 20 dessas já estão em funcionamento na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Ainda há a previsão de abrir até o final deste mês 94 novas vagas. Além dessas, os municípios deverão abrir 159 vagas, que serão custeadas pelo Governo de Mato Grosso. Diariamente cada UTI custa R$ 2 mil.

No entanto, para a abertura de novas vagas, o Governo do Estado 'esbarra' em um outro problema: a falta de profissionais de saúde. Mesmo tendo elevado o valor do plantão, Mato Grosso não consegue atrair médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos em enfermagem, psicólogos e outros. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, não faltam profissionais de saúde. O que ocorre é que esses profissionais não querem se expor ao risco por não terem condições adequadas para trabalhar. 

"Não podemos colocar paciente no leito de UTI sem médico e todo dia tem baixa de médico por infecção. Há um delay para essa substituição do profissional", explicou Gilberto Figueiredo. O secretário ainda pontuou que quem define o paciente que vai para ocupar o leito de UTI é o médico regulador. "Primeiramente temos que cumprir as decisões judiciais. Depois é observado quem tem a maior probabilidade de lograr sucesso em um leito de UTI e quem decide isso é o médico regulador, a luz das informações que tem na mão".

Dados do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso mostram que 210 médicos já foram infectados em Mato Grosso e 3 evoluíram para óbito. Quando observados os profissionais de enfermagem, o número de contaminados no estado é de 499, sendo que 11 morreram vítimas da Covid-19.

Conforme Gilberto Figueiredo, o Governo do Estado aumentou em mais de 50% a ofertas de leitos, mas esse número se torna insuficiente se não houver controle do número de infectados. Numa escala ascendente de casos, Mato Grosso ocupa hoje o 5º lugar no ranking nacional dos estados com maior número de contaminações. Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que 26.396 pessoas se contaminaram, 961 morreram em virtude da Covid-19 e 739 estão internadas.

Não está descartada a possibilidade de transferência de pacientes de Mato Grosso para outros estados que tenham vagas de UTI disponíveis, como é o caso de Mato Grosso do Sul. "Em Mato Grosso não transferimos nenhum paciente ainda, mas é possível. No início da pandemia eu disse que se não tivéssemos demanda aqui, poderíamos receber pessoas de outros estado. Mas não foi isso que aconteceu. Não logramos êxito no isolamento social e cosumimos os leitos daqui rápido demais. Se em outras localidades houver leitos disponíveis, é isso que Mato Grosso vai fazer. Vamos levar os pacientes de UTI aérea onde tiver vaga. Tivemos uma demanda que ia para uma vaga em Goiânia, mas não precisou. De última hora conseguimos uma vaga aqui".

Leia mais sobre o assunto nos links abaixo:   

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