A deputada estadual Janaina Riva (MDB) reafirmou nesta quarta-feira (15) sua decisão de disputar uma vaga ao Senado nas eleições de 2026 e disse que não há possibilidade de recuo. Em tom firme, a parlamentar declarou que “não vai se vender” e que sua candidatura “não tem mais volta”, em resposta a especulações de que poderia desistir da disputa. Na última semana correu nos bastidores a informação de que a emedebista poderia recuar e disputar mais uma vez a reeleição.
“Estou decidida. Minha candidatura ao Senado não tem mais volta. Não vou me vender e nem ceder à pressão. Tenho legitimidade partidária e apoio popular para seguir”, afirmou.
Janaina também rebateu comentários de que dependeria do apoio de grupos políticos como os liderados pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), pelo senador Jayme Campos (União) ou pelo senador Wellington Fagundes (PL) para consolidar sua pré-candidatura. Segundo ela, sua trajetória política foi construída “com trabalho”, e não por apadrinhamentos.
“Parece que as pessoas acham que eu só cheguei onde cheguei porque tenho ligação com alguém. Eu cheguei aqui pelo meu trabalho. No MDB está tudo pacificado. Não estou preocupada com a candidatura de Jayme, de Pivetta ou de Wellington. Estou preocupada com a minha candidatura ao Senado”.
A deputada, que é atualmente uma das figuras mais influentes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e foi a mais votada no último pleito, afirmou ainda que adversários estariam tentando “plantar informações” para enfraquecer seu nome na corrida eleitoral. Segundo ela, a estratégia tem relação direta com o crescimento de sua popularidade nas pesquisas.
“A todo momento tentam plantar que eu não serei candidata, especialmente os que disputam o mesmo espaço que eu. Mas estão enganados. Quem apostar na minha desistência vai perder dinheiro”, declarou sem citar nomes.
Janaina também rejeitou as tentativas de associar sua imagem a figuras masculinas da política ou da família. “Antes diziam que era por causa do meu pai, agora tentam me vincular ao meu marido ou ao senador Wellington. Mas eu não fui a deputada mais votada porque sou casada com o Diógenes. Fui eleita pelo trabalho que realizei e pelo reconhecimento da população”.
A parlamentar reforçou que suas decisões políticas não passam por interferência externa. “Todo mundo sabe que eu não tenho fama de ser pau mandado de ninguém. Vou seguir o meu instinto — e o meu instinto é a candidatura ao Senado”.
Janaina confirma a possibilidade de candidatura avulsa ao Senado. Isso porque o grupo ligado ao governador Mauro Mendes (União) - que deve também disputar ao Senado - e que tem Pivetta como candidato, mas pode também ter Jayme Campos ao governo, fechou as portas para a parlamentar. Na disputa pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, Janaina deveria ser a primeira-secretária na chapa. No entanto, interferência do governo retirou ela da construção. Há uma indisposição do governo com a deputada, o que inviabilizaria a construção de uma arranjo visando as eleições 2026.
A deputada chegou a iniciar uma conversa para uma coligação com o PL, partido que abriga Wellington Fagundes. No entanto, o prefeito por Cuiabá Abílio Brunini mobilizou os prefeitos de Rondonópolis, Claudio Ferreira, de Várzea Grande, Flávia Moretti e de Primavera do Leste, Sérgio Manich, e foram a Brasília dizer que não aceitam a união dos partidos com vistas ao pleito do ano que vem. Isso trouxe dificuldades ao arranjo.
Apesar da articulação contrária, Fagundes diz que o PL pode coligar com todos os partidos de centro direita e que PL e MDB caminham juntos em São Paulo.