A Polícia Civil de Chapada dos Guimarães cumpriu neste sábado o mandado de prisão preventiva contra o policial acusado de matar o jovem de 23 anos, Jonath da Silva Rosário, em uma abordagem na madrugada da última quinta-feira (1), nas imediações da praça Dom Wunibaldo.
A prisão preventiva foi deferida pelo juiz responsável pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Chapada dos Guimarães. O delegado Hércules Batista Gonçalves representou pela prisão do policial acusado, depois de analisar as imagens das câmeras de segurança e constatar que a versão relatada pelos policiais não condizia com o que o que estava registrado.
A prisão foi cumprida na tarde deste sábado. O militar, de 39 anos, foi conduzido à delegacia da Polícia Civil e interrogado pelo delegado Hércules Batista. Após o cumprimento do mandado judicial, o policial foi encaminhado a uma unidade militar.
Jonath foi atingido por um disparo de arma de fogo efetuado pelo policial militar durante uma abordagem próxima à Praça Dom Wunibaldo, no centro de Chapada dos Guimarães. Conforme o registro da ocorrência, uma equipe da Polícia Militar estava na praça e avistou o rapaz em uma motocicleta, sendo dada ordem de parada. Segundo os policiais, o pedido não foi acatado pelo motociclista. Desta forma, foi efetuado um disparo que atingiu o rapaz na coxa direita.
Ele ainda seguiu por uma distância de aproximadamente 100 metros, quando parou a motocicleta e caiu. Foi solicitado socorro do Serviço Móvel de Urgência e Emergência (Samu). Chegou a ser encaminhado para a unidade de saúde, porém não resistiu ao ferimento.
As imagens das câmeras de segurança mostram o momento em que o rapaz passa de moto. Um dos policiais dá um chute no intuito de fazê-lo parar, mas não obtém êxito. Então é efetuado o disparo.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), reagiu ao fato e pediu ao secretário estadua de Segurança Pública e ao comandate da Polícia Militar que o caso fosse solucionado e os responsáveis punidos pela morte do jovem.
"Bandido armado tem que receber o troco do outro lado, a PM não pode dar mole, mas não podemos aceitar atitudes como esta de Chapada. A imagem mostra o crime do policial contra o filho do trabalhador rural, da roça. Isso mostra o despreparo da polícia. Estou encaminhando para o secretário e para o comandante que tomem providênciais. Não podemos aceitar que se mate um filho que poderia ser de qualquer um de nós. Tomem providências. Esses caras precisam ser eliminados para manter o nome alto da corporação".
Protestos pedem justiça
A quinta-feira foi marcada por protestos na cidade após o episódio que culminou na morte do jovem. Motociclistas e motoristas se reuniram às 11 e às 17 horas pedindo por justiça, tanto no bairro São Sebastião, como na Praça Dom Wunibaldo e no Comando da Polícia Militar.
Neste sábado (3) mais pessoas se reuniram na rotatória que dá acesso à Chapada dos Guimarães, na MT-251. Com cartazes, pediam justiça por Jonath, em um ato pacífico. O movimento causou um congestionamento de 20 quilômetros dos carros que tentavam chegar à cidade.
A mãe do jovem, Rosália Nunes da Silva, estava presente e pediu que o caso não fique impune.
"Espero justiça. Meu filho não merecia isso. Ele era honesto, trabalhador, e mataram ele como se fosse um bandido. Ele nunca brigou, ele nunca xingava ninguém. Ele foi criado com amor, terminou o estudo e ele saiu do sítio para realizar um sonho na cidade, de ajudar a família", desabafou em entrevista ao site Midia News.